terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pedro Siqueira: um médium na Igreja Católica?

Raul Ventura

“O dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram médiuns. Os mistérios de Elêusis se fundavam na mediunidade. Os caldeus e os assírios dispunham de médiuns. Sócrates era dirigido por um Espírito que lhe inspirava os admiráveis princípios de sua filosofia; ele lhe ouvia a voz. Todos os povos tiveram seus médiuns e as inspirações de Joana d’Arc não eram mais do que vozes de Espíritos benfazejos que a dirigiam (...)”

Assim nos afirma o Espírito Pierre Jouty em O Livro dos Médiuns, capítulo XXXI, “dissertações espíritas”. Essa faculdade, inerente ao homem e que possibilita a comunicação entre os vivos e os mortos, independe de raça, sexo ou religião. Dessa forma, é natural que encontremos médiuns entre os adeptos das mais variadas crenças, mesmo que o intercâmbio entre o plano material e o plano espiritual não faça parte de seus dogmas.

No campo do catolicismo, encontramos um excelente trabalho do escritor espírita Clóvis Tavares, que resultou no livro “Mediunidade dos Santos”, obra na qual o pesquisador elenca uma gama enorme de tipos de mediunidade presentes em diversos santos, alguns deles bastante conhecidos, como Dom Bosco, Santa Margarida, Santa Tereza D’Ávila e Santo Antonio de Pádua. Isso, diga-se de passagem, ele o faz com base em documentos reconhecidos pela própria Igreja Católica.

No dia 02/11, tivemos a oportunidade de assistir a uma reprise de uma interessante entrevista no Programa Sem Censura com o advogado e católico Pedro Siqueira, que afirma ver e conversar com Nossa Senhora desde criança. Há 20 anos, ele lidera um grupo de terço, sempre com a igreja lotada, onde além de orar e tocar músicas, recebe mensagens dirigidas aos fiéis que se encontram presentes, e que segundo ele, são ditadas por alguns santos e pela própria mãe de Jesus Cristo.


Seus relatos são realmente bastante interessantes. Sobre a concentração para o trabalho, Pedro Siqueira afirma que ao “entrar numa faixa de sintonia, o mundo espiritual se abre à sua mente (...) e os fenômenos começam a acontecer”. Quanto à Nossa Senhora, ele a descreve em detalhes, destacando que assim como ela aparece de uma forma diferente de acordo com os lugares do mundo onde se manifesta, ele também a vê de uma outra forma: “parece uma menina de 15, 16 anos no máximo”; "quando ela chega no grupo de terço, vem uma luz dourada muito forte que toma conta do teto da igreja e que forma uma espécie de bola ou círculo que vai se espalhando em toda a igreja e pra fora dela, ficando todos dentro dessa luz (...) ”. Sobre o sono, menciona que às vezes acorda em Espírito do outro lado, onde chega a ver “alguns” purgatórios, onde as cores são mais vívidas que no plano material e onde a sua visão, “inexplicavelmente”, é de 360 graus.

Quanto ao fato de se comunicar diretamente com Maria de Nazaré, sabemos que isso não é, de modo algum, impossível. Lembramos, no entanto, que muitas vezes os bons Espíritos se apresentam de modo a impressionar os médiuns de acordo com as crenças que estes professam, algumas vezes utilizando nomes que tem um maior significado para o medianeiro. Consideram esses Espíritos que o mais importante não é a forma ou o nome que tomam, mas as mensagens que desejam transmitir.

A partir dos relatos que conta e, embora ele desconheça as causas de tais manifestações, como ele mesmo diz - “nunca li nada a respeito que pudesse explicar a origem desses fenômenos” - não temos dúvida: o nosso irmão Pedro Siqueira trata-se de um MÉDIUM.

Para quem ainda não viu, recomendo que assista e tire suas próprias conclusões. Eu já tirei as minhas.





* A entrevista inicia logo após a introdução do programa feita pela apresentadora Leda Nagle e dura em torno de 25 minutos.

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